domingo, 27 de abril de 2014

Viagem inesquecível ou experiência mística? O comboio para Machu Picchu



Para chegar a Machu Picchu, ou se caminha 4 dias, ou se vai de comboio, por uma linha estreita que segue o vale, entre as montanhas mais ou menos escarpadas e picos com neve, e o rio que começa calmo mas logo se torna montês, saltando entre pedregulhos.

A viagem começa na povoação de Ollantaytambo, numa pequena estacão que o turismo enche das 6 da manhã até ao fim do dia. São duas as companhias que fazem o trajecto: a Peru Rail e a Inca Rail. Na linha, os comboios pequenos, de farol aceso na luz difusa da madrugada, dão um ar de outras paragens, de viagem fora do tempo. É uma hora e meia a balançar nos carris, parando no meio para deixar passar o comboio em sentido inverso, a olhar pela janela. Chega-se à povoação de Machu. Picchu, ou Águas Calientes como hoje se vulgarizou, e ruma-se rápido para os autocarros que sobem o monte até às ruínas. Uma subida também espectacular, embora sem o travo emocional do comboio.

Quanto à cidade sagrada dos Incas, ela é uma história à parte, ponto alto das memórias.

Foi no regresso, enquanto esperávamos uma hora na estacão, preferindo ver o corropio dos passageiros a deambular na povoação meio farwest turístico, que ouvimos repetidamente os anúncios pelos altifalantes da chamada para os comboios, em sonoro castelhano logo seguido de bem articulado inglês,: Peru Rail, an inolvidablle viaje, Peru Rail, an unforgetable journey. E quando chegou o nosso, foi a vez do Inca Rail, a mystical experience, una experiencia mística.

Pensando bem, e já passado algum tempo sobre o acontecimento que então nos fez rir, talvez ambos tenham razão. A viagem foi de facto inesquecível e algo mística.


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