quinta-feira, 17 de abril de 2014

Investigação agrícola: o complexo de Moray



Criado na época dos inca, o complexo de Moray constitui o que hoje se pensa ter sido uma sofisticada estacão experimental agrícola, onde se fazia selecção de espécies e variedades, estudos de aclimatação e produção de plantas. Um INIA do séc. XV, bem articulado com uma agricultura de produção de sucesso. Nós também aproveitamos este conhecimento, com a adopção da batata e do milho, por exemplo.

Os terrenos de experimentação são constituídos por uma sucessão de terraços formando uma grande depressão circular. O campo principal, irrigado por um sistema de canais, tem seis terraços circulares na parte mais baixa, que se continuam no nível superior com mais uma série de seis terraços mas que se alargam para uma quase elipse, terminando-se com mais outros oito terraços em arco circular. Esta disposição permitia obter no mesmo local, microfilmas diferentes: por exemplo a diferença de temperatura entre o fundo e o terraço superior seria de 15ºC.

A construção dos muros de suporte inclui pedras salientes para servirem de escadas de circulação entre os patamares. Cultivava-se batata, milho, coca. Imagino o investigador agrícola percorrendo as experiências, olhando criticamente a produção, talvez registando alguns resultados no sistema de ábaco que possuíam (uns fios organizados com nós), escolhendo as variedades que melhor se adaptariam às diferentes regiões do império.

Outros dois campos de terraços, com uma organização semelhante, encontram-se ao lado, mas estes são para experimentação só com a natureza e as suas chuvas, pois não possuem irrigação.



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