sábado, 16 de abril de 2011

Fim de tarde medieval em Zvirkov

A albufeira de Orlik serpenteia entre as encostas arborizadas da Boémia ocidental. Neste fim de inverno ainda se vêem placas de gelo que quebram os reflexos das árvores na superfície plácida. Os pinheiros e os espruces fazem uma mancha escura nas faldas a toda a volta, mas nas partes mais baixas, junto à água, são sobretudo os castanhos dos troncos despidos das folhosas que sobressaem. Em alguns sítios, uma percepção de manchas avermelhadas indica já a emergência de novos gomos.



É aqui que se ergue, numa península estreita, um burgo medieval murado, com torre, igreja, casa senhorial e várias construções em pátios sucessivos. Mais uma vez parecia estar-se numa das histórias de princesas encerradas em torres e de cavaleiros valorosos. Estava uma luz suave de fim de tarde, não havia ninguém. No segundo pátio, um som de pancadas em madeira sobressaltou-me: quem estará preso a pedir libertação? Tratava-se de um operário a martelar o telhado na preparação da época de invasão das hordas de turistas.



21 de Março de 2011

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