sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Volta à Chapada: Pôr-do-sol no Pai Inácio

O Morro do Pai Inácio é um grande cilindro irregular de quartzito cinzento, mais ou menos plano no topo, que se eleva a 233 m sobre um sopé em faldas verdes. Está isolado na paisagem, de modo que permite olhar a toda a volta, nomeando morros e vales. Ali estão os Morros do Testemunho, a envolver o Vale do Cercado, que acompanharam a evolução geológica da região, de mar a rio, até ao presente. Do outro lado, os morros dos Três Irmãos, em sucessão, o da Nascente do Rio Mucugêzinho, o do Rio Sossego, terminando com o maior da Chapada, o Morrão. Cá em baixo passa a BR, marco do mundo de hoje, com o seu desfile ininterrupto de caminhões.
No topo do morro está uma grande cruz metálica e aí se conta a história. Inácio era um “negão” bonito e ardiloso, filho de pai de santo, conhecedor de algumas magias, em amores correspondidos com a filha menina do coronel Horácio de Matos. Perseguido pelos jagunços, esconde-se no morro, mas uma fogueira denuncia-o. Prefere não ser preso e, da borda, soltando um grito, salta. Mas havia um recesso escondido por baixo. Como demonstrou um dos guias, saltando também para o vazio. A lenda diz que Inácio pegou a menina, fugiram, e ainda hoje são avistados em Salvador.
Termina-se o passeio a olhar o pôr-do-sol. Logo que o sol se esconde, desce-se rápido pois escurece depressa. Fechou-se a volta à Chapada.



1 comentário:

  1. A versão da história do Pai Inácio que ouvi era ligeiramente diferente. Metia a sombrinha da Sinházinha, mas na essência vai dar ao mesmo. Importante mesmo é ter o previlégio de ver as cores ocre rosadas do por do sol nesse sítio único.
    Bom regresso!

    (E continuo solitária nos comentários, mas visitantes vai havendo. Quem serão os envergonhados?)

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