Imagine-se um desfiladeiro estreito que abre para o vale do rio Urubamba. Numa das encostas brota uma nascente salgada vinda da montanha, bem mais salgada que a água do mar (sim, bebi um gole!). Por isso, a encosta transformou-se numa sucessão intrincada de pequenos terraços, formando piscinas salgadas em tons de sal e castanho. A produção de sal vem desde os tempos pré-inca, em moldes que não devem diferir muito dos de hoje. São cerca de 3000 terraços, explorados pela comunidade, que atribui a exploração às famílias que o desejem.
A época
de produção
de sal vai começar,
agora que terminou a estacão
das chuvas. A água
da nascente é
levada por um canal principal quase de nível
e subdividida por múltiplos
canais, por vezes quase só
um fio, que descem a encosta, regulados por comportas. Tudo moldado na terra da
montanha, agora já
esbranquiçada.
Caminha-se em fila ao longo do canal, com cuidado para não cair numa salmoura pouco
convidativa. É
um espectáculo
incrível e fica-se
a admirar os pequenos retalhos de bordos arredondados, por onde circulam os
canais de alimentação,
colados uns aos outros, formando um patchwork em tons de amarelo, castanho e
branco. Em breve será grande a azáfama a controlar o nível de água, a raspar o sal e subi-lo às costas em equilíbrio precário.
Coisa mais gira e belas imagens! Hoje e manhã, por cá, sente-se em particular a vossa falta.
ResponderEliminarSaudades