Esta semana os Açores estão em festa. O culto
do Espírito Santo é coisa séria, embora pouco se saiba de certeza certa das suas
origens. A versão mais aceita filia o culto Açoriano nas celebrações
introduzidas em Portugal pela Rainha Santa
Isabel, que as teria trazido de Aragão. Certo é que já nas naus da Índia e do Brasil, era
praticado o culto, com a figura do imperador. A existência de Irmandades do Divino Espírito
Santo é generalizada no século XVI, bem como a distribuição de carne e os
bodos.
Os
rituais recorrem a um conjunto de objectos simbólicos: a coroa imperial e
o ceptro ambos em prata e encimados
por um orbe onde assenta uma pomba
de asas estiradas.
Na volta pelo Pico, no dia da chegada, desembocámos em Ribeira de Santa
Cruz em plena festa do Espírito Santo. Havia rainhas e aias, tudo vestido a
rigor.
Antes tinha havido grande almoçarada com as sopas do dito Espírito Santo na “Casa
da Segunda Feira do Espírito Santo”. Seguiu-se a procissão, sem andores mas com
estandartes e coroas que após dar à volta ao largo da Igreja, frente ao Cais,
acabou na “Casa da Terça Feira do Espírito Santo”.
Este modelo da festa vem dos anos 30 do século XX, com forte influência da
cultura americana importada da Califórnia pelos emigrantes açorianos, os
“Calafões”.
Dizem-nos que as “Rainhas do Espírito Santo” tiveram aí a sua origem, e
muitos dos “Impérios” exibem sobre a entrada a data de construção quase sempre
dessa década.
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