segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Churrasquinho e tutu

Toda a ocasião é boa para um churrasquinho bem acompanhado por cerveja bem gelada: boas vindas, defesas de teses, eventos, ou apenas comer as sobras de carne do churrasco anterior. O churrasco de encerramento do workshop teve músicos a tocar chorinho e sambas e até o “Coimbra é uma canção” que foi dançado pelos mininos com arabescos vagamente tangueiros.
O Sr. Morais, mestre churrasqueiro, ensinou os segredos. Carne de boi (a picanha é a melhor) não é temperada, apenas envolvida em sal grosso e grelhada, pois assim não seca e fica no ponto; no fim basta sacudir. Já o frango (só coxinhas das asas, que se grelham melhor e são fáceis de comer) e o suíno são temperados: um copo de vinho branco, água, sal, cebola e cebolinho, salsa em marinada. E o carvão de eucalipto é o melhor, mantém uma temperatura baixa e não dá cheiros.
Mas houve mais. O tutu mineiro é uma delícia, um puré de feijão com carne e enchido topeado com rodelas de cebola estufadas, comido com couve cortada fina. E o frango ora pro nobis, um estufado com folhas do arbusto desse nome, acompanhado com angu, uma polenta.
Também deu para provar algumas das cachaças – parece que Minas Gerais é famosa pela variedade, a maior parte artesanal. A Selecta é envelhecida em madeira de cerejeira e tem um travozinho final a cereja que surpreende.
Beber cachaça também tem conheimento! Põe-se debaixo da língua, daí escorre devagar, abrindo o coração. E ficou a imagem, de história contada, de um velho cachaceiro sentado na sua roça, bebendo lentamente a pinga, a olhar a passarada ao entardecer.

1 comentário:

  1. Com que então, prova de cachaça!

    Descrições gastronómicas assim fazem crescer água na boca! E arbusto "ora pro nobis" só mesmo no Brasil...

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