terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Uma cabana na floresta

Ushuaia encheu as medidas logo à chegada. Uma aterragem espectacular, descida em espiral sobre um fiorde (de facto, o Canal Beagle) até uma pista construída numa península no meio da água. Ao fundo, no lusco-fusco, uma cidade com atmosfera de fronteira da civilização. Construções de madeira dispostas em malha reticulada pela encosta acima, arquitectura de casa de bonecas, cores fortes e chapa ondulada nos revestimentos, barcos científicos atracados no molhe comercial, a lembrar que a Antárctida é já ali um pouco mais a Sul. Depois de várias vicissitudes e já passadas as onze (hora do pôr-do-sol, nesta altura do ano por estas paragens), encontrámos o alojamento que tínhamos reservado. Empreendimento familiar no limite da cidade, a meio da encosta culminada pelo branco dos cumes nevados, cinco cabanas literalmente colocadas entre os troncos da floresta de “lengas”. Moderna arquitectura de pedra e madeira, espaços interiores organizados em vários níveis, abertos entre si e sobre o exterior, decoração e conforto muito cuidados. Uma clientela angariada pelo boca-a-boca, aparentemente com pleno sucesso, segundo a proprietária. Acordámos de manhã a olhar da cama as árvores que nos rodeavam. Sossego e sentimento de bem estar. Depois de um pequeno-almoço caseiro, partimos à descoberta do resto do (fim do) mundo.
Patagónia Villa Lodge, Ushuaia, 2010-01-16
VC



1 comentário:

  1. Se El Caminito, o Café Tortoni e o bife de chorizo me deixam saudades, as vossas outras aventuras deixam-me anciosa, se não de visitar, pelo menos de ouvir e ver as "evidências (das) objectivas" das vossas façanhas em Gaia!
    Em África eu usava almofadas de sumaúma mas nunca tinha visto a dita cuja..

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