quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Puerto Natales

Definitivamente, gosto destas cidades de fronteira onde o espírito pioneiro se pressente no ar e se lê nas pessoas, nos espaços e nas construções.
A simplicidade da quadrícula a organizar tudo, os cheios e os vazios, as casas, a igreja, as ruas, a praça com o jardim público e os bustos dos notáveis, a escola, a sede da edilidade. Casas de madeira de um ou dois pisos bordejando as ruas, multiplicidade de formas e usos dentro de uma tipologia definível, frequentemente forradas a chapa ondulada ou tábua trincada (como o casco das baleeiras) e pintadas de cores fortes e contrastadas, utilizando criativamente as tintas que sobram do arranjo dos barcos ou de outras aplicações produtivas. Tabuletas elucidativas que atraem o olhar e orientam a procura. Uma atmosfera de comunidade, de simplicidade e de clareza sobre as condições básicas da existência. O mar está presente, a lembrar que o resto do mundo existe. O porto (mais do que o aeroporto) é o interface dessa articulação. Os navios atracados o elo de ligação intermitente.
Puerto Natales é uma dessas cidades de fronteira. Situa-se à entrada de um dos braços do Estreito de Magalhães, expressivamente denominado Última Esperança.
No autocarro da carreira que liga Puerto Natales (Chile) a El Calafate (Argentina), 2010-01-26
VC

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